terça-feira, 15 de abril de 2008

Nostalgicamente eu...

É, sessão nostalgia nunca foi fácil, e quando vem chega com tudo e arrebenta no meio, ou um pouco mais pro lado, mais atrás, mas estraçalha mesmo... eu sinto falta da minha inocência, apesar de meus amigos ainda dizerem que sou a criatura mais pura - não puritana - que existe (num sentido mais amplo, sem maldade). Acho que conservo um pouco disso, mas ainda é difícil acreditar que as pessoas podem ser simplesmente más. Sinto falta de cozinhar só pra mim num domingo chuvoso e olhar todos os filmes que puder durante a tarde, e sem interrupções! Mas no comecinho da noite me permitir sentir saudade de ver gente e ligar, sempre para um grande amigo, convidando para um chimarrão, umas panquecas, um vinho e talvez outro filme... o inverno é mesmo feito de lembranças. Há muita saudade guardada em mim, principalmente das horas a fio divagando descompromissadamente sobre tudo que podia parecer interessante naquele exato momento, mesmo que amanhã nem lembrasse mais - mas eu recordo sim, ah se recordo! Hoje eu fui embora, muitos amigos foram também, de lá ou daqui, e posso ir a qualquer lugar, sempre haverá um longe ainda mais distante de mim... Só há uma saudade que não sinto mais, a saudade de mim, gostava muito de quem eu era, mas gosto mais agora, porque sou aquela mais um monte de coisas, o que formou essa! As voltas à memória daquilo que passou têm um sentido muito maduro agora, não há vontade de retornar lá, mas de fazer tudo para ter sempre novas saudades, olhar sorrindo para o que não volta mais, para o espelho, para os sonhos...