É incrível como é mais fácil sentir-se sozinho quando se "tem" alguém... Sinto-me sozinha quando ele não liga, quando ele não vem, ou quando dele, nada vem... Sinto como se estivesse amarrada, sem poder sair do lugar, e se eu tentar ia adiante, ele vai recuar, se eu recuar, nunca vou saber... Talvez eu seja diferente da maioria das pessoas, mais angustiada, mais acelerada, ou mais intensa. Mas é assim que eu sei ser, não tenho muita paciência para sentimentos confusos, relações indefinidas, ou para quem me dá menos atenção do que eu sei que mereço. Eu sou legal, pôxa, seja sincero comigo, é o mínimo... Por mais confuso que você possa estar, não é correto fazer com que eu participe dessa sua indecisão, eu quero a verdade sobre os seus sentimentos e sobre os meus também, já que com essa barreira toda, fica difícil de saber se é só angústia ou uma nova espécie de carinho... Não sei viver assim por muito tempo, não sei não poder falar sobre o que sinto (ou não). Não suporto mentiras ou falta de consideração, porque eu não finjo nada, eu sou e vivo o que sou - exatamente. Pode ser difícil terminar algo que nem começou, mas eu pressinto que essa história só vai me machucar se eu "deixar rolar". Quero dizer "chega", mas tenho medo de que isso seja o que você queira também...

Eu sinto saudades do tempo em que eu simplesmente me apaixonava - e "fodia-se" o resto!

Domingos pós trago

Todo domingo é igual, normalmente um dia chato, preguiçoso, inútil mesmo... É o dia de sofrer por antecipação - quem nunca passou o domingo lamentando pela segunda-feira? Pra mim, tem sido o dia de pensar... pensar demais até. Não é uma questão de arrependimento, mas passo o dia revendo mentalmente aquilo que poderia ter sido diferente... o final de semana é uma ilusão de que "tudo vai melhorar". A expectativa é enorme, a vontade de que algo fantástico aconteça é imensa, e então... o final de semana terminou, algumas coisas legais aconteceram, mas sempre fica a sensação de que faltou alguma coisa ,vazio - a única palavra que preenche um domingo que sucede muita festa, beberarem e frustrações. Foi ótimo, mas não era exatamente o que eu queria, e a repetição já passa dos limites, quando será que essa angústia de não saber o que faltou vai parar de me torturar?

Eu queria entender o que diz esse sorriso, esses olhos que me atravessam cada vez que me perco a contemplá-los...

É, talvez eu ainda seja ingênua, talvez eu pense que as pessoas são boas, sinceras e verdadeiras, talvez eu queira que todos sintam como eu sinto, talvez eu acredite que o que foi tão bom ontem não pode terminar assim, talvez eu esteja apaixonada, talvez eu pareça ridícula - mas e daí? Os sentimentos não servem pra isso mesmo? Deixar as pessoas menos frias, menos "certinhas" e controladas? Que se dane, ao menos eu tentei, arrependimento, jamais, só se eu não tivesse coragem de arriscar...

Já comecei a escrever umas 3 vezes aqui hoje, mas nada me agrada, às vezes é assim, as palavras simplesmente não conseguem transmitir nada daquilo que se passa aqui dentro, eu fico o dia todo tentando organizar o texto, construir algum parágrafo interessante - e nada. Às vezes o que se passa por aqui é tão misturado e confuso, que seria muita pretensão de minha parte exigir que, justamente no "papel", seja muito bem estruturado... hoje não é o dia.

Ainda bem que as coisas mudam!

Hoje o vazio completo veio me visitar, fico tentando preenchê-lo com alguma coisa que já me fez feliz, mas isso só faz piorar, agora é só esperar... eu preciso mudar.

Tenho que concordar com minha amiga, Bel, quando ela diz que sou "uma explosão de sentimentos"; ou com minha psicóloga, quando afirma que eu sou "paixão"... Não é à toa que minha música favorita leva este nome - PAIXÃO, sim, em "Caps Lock"! Eu realmente sou isso, e diria mais, tenho sempre em mim uma paixão a ponto de transbordar, latente e incrivelmente única, a cada vez. Deve ser por isso que sempre sinto tanto a perda das minhas ilusões, que a vivo como se fosse a primeira vez - e sempre parece ser pior. Isso pode significar sofrimento, muitas vezes, mas hoje eu entendi que assim como vem, vai, e um dia tudo passa, é só uma questão de tempo. Na verdade, eu entendi que só sinto tanto, porque amo muito, amo viver da forma mais intensa que a vida pode ser, por isso minhas paixões são várias e únicas ao mesmo tempo - confortante é saber que amanhã haverá outra ainda maior, que me levará ainda mais longe e que poderá causar-me dor ainda mais forte do que esta - mas eu não deixarei de senti-la por medo de sofrer outra vez...

Faz pouco mais de 3 anos que, vez ou outra, venho aqui pra dizer alguma coisa que estou sentindo/pensando... no começo era mais frequente a necessidade de desabafar, de compartilhar QUASE tudo que se passava comigo. Agora eu ando mais "tímida", ou cuidadosa... na verdade restrita, nem todas as minhas verdades podem ser ditas aqui, algumas pessoas não teriam desprendimento suficiente para querer compreender realmente o que as minhas palavras significam... Não estou chamando ninguém de idiota, só estou dizendo que, às vezes, as pessoas interpretam tudo, exatamente, como se fosse aquilo que gostariam de ouvir... Hoje eu senti vontade, durante o dia todo, de sentar aqui e dizer que eu estou bem, todos os dias eu tenho diversos motivos pra me sentir feliz, na verdade sempre tive... minha casa, minha profissão, meus grandes amigos, minha família - tudo parece estar indo muito bem... O tudo não inclui algumas coisas; como sentir saudade de algumas pessoas que não vejo há anos e não sei quando verei de novo; como ter perdido algumas pessoas que eu considerava amigas de verdade (por mais que não valha a pena, sempre dói um pouquinho); como ter sido tão inteira e receber apenas metades, ou pouco menos que isso; como acreditar que tinha encontrado, não o príncipe encantado, mas alguém de VERDADE, que quisesse dividir todas as minhas coisas boas e as suas também... Hoje eu senti saudade de todas as pessoas que, por minutos, horas, dias ou meses se tornaram especiais - pelo sorriso, pelo carinho, pelo toque, pelo cheiro, pelas palavras, pelos sons, pelos sentimentos mais diferentes e, muitas vezes, contraditórios, que despertaram em mim... Hoje eu senti saudade daquilo que eu ainda não conheci, de um mim que eu não sabia que existia e que eu estava deixando ir embora... hoje eu senti saudade dos amores que eu vivi, mas, principalmente, dos que eu vivi sozinha e, por que não dizer, daquele(s) que nunca existiram... Hoje eu senti saudade - e queria dividir com alguém, talvez um desconhecido, um amor que ainda vai vir...

Não, não está TUDO bem, algumas coisas ainda estão "fora do lugar", ainda me sinto meio "fora do ar", mas tem coisas tão boas na vida, na MINHA vida agora... Há um ano eu nunca poderia pensar que hoje estaria imaginando a cor do piso, a disposição dos móveis, o modelo do armário, as cores da fachada, a cadeira da sacada... talvez eu até tivesse pensado num apezinho pequeno, com aluguel baratinho, mas nem coragem de sonhar com tanto eu tinha, NUNCA poderia imaginar que, "logo ali", vou morar na minha casinha, que vai ser exatamente como eu sempre sonhei - essa realidade não tem explicação de tão boa. A ansiedade é grande, gigantesca, eu diria, mas a alegria é ainda maior. O melhor de tudo é ter certeza de que isso só está sendo possível porque eu tive coragem de ir atrás do duvidoso e descobrir, no desconhecido, o meu maior prazer - trabalho e amor juntos, a maior realização que eu já senti. Sou FELIZ, e muito!

Acreditar demais, confiar demais, tudo demais, esse é o problema!

Às vezes eu gostaria de sumir, esconder-me em mim mesma, sem precisar ver o mundo - mas o mundo me transforma, transborda em mim aquilo que não quero sentir, o mundo não me deixa fugir...

Eu me sinto como uma bola de papel, de um lado pra outro, sem saber onde isso vai parar... Se eu não sentisse tanto, seria mais fácil, seria mais humano, mas a merda é que eu sinto tudo, e tudo dói agora... Eu até sei que vai passar, mas agora dói. Eu queria ter o poder de esquecer as lembranças, de superar os fracassos, de entender menos... Eu queria ter o poder da sabedoria, de dizer as palavras certas, quando elas precisam ser ditas - mas eu sou só eu, e isso não basta...