sexta-feira, 4 de abril de 2008
Nós duas...
Alguma coisa fez com que eu olhasse para o lado, simplesmente virei o pescoço e vi. Seria melhor não ter visto, ultimamente seria melhor não ver nada...Tudo me toca profundamente, causando uma tristeza que, exatamente por não ter motivos concretos, angustia ainda mais... Antes de ver o casalzinho feliz passeando abraçado (e os dois apaixonados resolveram trocar uns beijinhos justamente ao passar pela porta da minha casa) eu tinha derramado algumas lágrimas ao assistir uma cena estúpida da teledramaturgia brasileira, sim, novela. Acho que nunca havia sentido uma sensação tão ridícula, enquanto uma parte de mim chorava, quase soluçando, um eu mais sensato presenciava, e resolveu dizer-me então o quanto era deprimente ver-me assim, e nós já sabíamos, o que parece ser a parte boa.
Mas o que interessa aqui não é o choro ou a estupidez, é o quanto isso foi útil para dar-me conta de que estou lutando contra mim, diariamente. Não estamos chegando ao ponto de quebrarmos as nossas caras rolando no tapete da sala, mas estamos mantendo uma equilibrada relação de amor e ódio, mútua, é claro. Equilibradíssima, aliás, uma de nós não permite que a outra ultrapasse os limites e apaixone-se perdidamente pelo que somos, a outra impede que o ódio espalhe-se, a ponto de esquecermos o amor e permitirmos nosso abandono...
E ninguém cede, talvez por isso estejamos aqui ainda...
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